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Congelamento de investimentos em C,T&I compromete desenvolvimento do país


Os agentes do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação enfrentam hoje os desafios tanto de conscientizar a sociedade e os tomadores de decisão sobre a importância do financiamento dessas atividades, como também de aumentar seus impactos social, econômico e intelectual.

A avaliação foi feita por participantes da cerimônia de abertura da primeira edição em 2017 do Fórum do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), na quinta-feira (09/03), na Fapesp, em São Paulo. O encontro, que termina nesta sexta-feira (10/03), reúne representantes das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 25 estados e do Distrito Federal, com o objetivo de debater o financiamento à pesquisa no Brasil e o aumento da cooperação internacional.

Presente no evento, o presidente da Finep, Marcos Cintra, ressaltou que ainda não há uma clara percepção no Brasil da importância da C, T&I para o desenvolvimento econômico e social do país. “Passamos por um momento de extrema dificuldade do ponto de vista econômico e me parece que a ciência e a tecnologia estão sendo jogadas na vala comum de outros setores, como o de transporte e infraestrutura, que demandam investimentos que podem ser postergados, sem prejuízos no resultado final”, afirmou o economista.

De acordo com o Cintra, qualquer país que paralisa seus investimentos em ciência e tecnologia dificilmente conseguirá recuperar seu espaço perdido nessas áreas. “O mundo está avançando. Se perdermos a visão da fronteira tecnológica mundial, estaremos fadados a ser meras colônias do ponto de vista científico e tecnológico e caudatários no processo de desenvolvimento econômico”, completou.

O Brasil tem aumentado seu gap tecnológico em relação ao mundo, como mostrou o diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo (CTA) da Fapesp, Carlos América Pacheco. A produtividade do país no período de 1990 a 2014 teria crescido apenas 4%. “É absolutamente impossível conseguir atingir uma trajetória sustentável de crescimento sem que a produtividade do país cresça”, afirmou.

Segundo ele, o fator determinante para o crescimento da produtividade é a inovação tecnológica, que demanda um forte investimento não só nessa área, como também em ciência e tecnologia.

Desafios

Um dos principais desafios apontados pelos participantes do evento para aumentar os impactos social, econômico e intelectual da C, T&I produzidas no país é aumentar a interação entre governo, empresas e organizações.

“As empresas têm que ser atores decidindo o jogo, e elas querem ser e ter razões para inovação, mas as condições da economia brasileira não favorecem que façam isso”, avaliou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

Além de Cintra e Pacheco, participaram da cerimônia de abertura o presidente da Fapesp, José Goldemberg, representando o governador Geraldo Alckmin; o presidente do Confap, Sérgio Gargioni; o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho; o secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Jailson Bittencourt de Andrade, representando o ministro Gilberto Kassab; o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges; Maurício Juvenal, chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo e o vice-presidente do CTA da Fapesp, Eduardo Moacry Krieger.

Fonte: Agência Fapesp

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