Economia digital e custo trabalhista

O avanço da tecnologia digital impõe novos parâmetros de comportamento tanto para governos como para empresas. A informatização e as novas formas de gestão aumentaram a produtividade. A localização territorial perdeu importância na definição de produtos, no planejamento estratégico e nos padrões de compra de insumos e de distribuição de bens, principalmente nas empresas transnacionais. A moeda manual vem sendo substituída pela moeda eletrônica, tornando os sistemas econômicos cada vez mais “desmonetizados”.
Em um cenário econômico cada vez mais complexo, a eficiência na cobrança de tributos se apresenta como um dos maiores desafios para os gestores públicos. As bases tributárias tradicionais se deterioram rapidamente.
No mundo informatizado, que usa predominantemente a moeda eletrônica, a forma mais eficaz de cobrar imposto é sobre o giro do dinheiro no sistema bancário. A tributação eletrônica sobre pagamentos representa uma inovação e as mentes mais conservadoras terão que se render a ela.
A reforma tributária no Brasil deve seguir nessa direção, começando pela substituição de tributos que pesam sobre a folha de salários. O país onera fortemente o fator trabalho e a troca dos 20% de contribuição previdenciária por uma contribuição eletrônica de 0,6% sobre os pagamentos é uma forma de dar início à adequação da estrutura tributária nacional à economia digital e promover a necessária desoneração do custo trabalhista.