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A entrevista de Javier Milei

Assisti a entrevista de Javier Milei com Tucker Carlson. Achei o argentino tímido e inseguro. Em alguns momentos, parecia até constrangido em suas respostas, que estavam longe do histrionismo que lhe atribuem nas redes sociais.


Uma lembrança de Milei, no entanto, chamou minha atenção quando atribuiu a decadência argentina ao conceito de que "cada necessidade cria um direito" (Rousseau?). Por mais solidário e fraternal que isso possa significar, este conceito envenenou a mente de populistas de todos os espectros políticos. Simploriamente, essa visão nega a essência da ciência econômica, baseada na limitação dos meios de produção. Nega que tudo tem seu custo e cria a ilusão de que a mera distribuição é capaz de substituir a produção.


Quando vejo a "jihad" contra os "super ricos" (que no Brasil possuem míseros 10 ou 20 mil reais de renda mensal, comparados aos verdadeiros super ricos mundiais) como uma solução para a pobreza, só consigo enxergar a destruição da classe média.


Justiça social encontra-se na incorporação dos pobres à classe média, nas oportunidades conferidas igualmente a todos e na colaboração solidária para a integração dos excluídos na economia moderna. Agregar sem separar. Incorporar sem dividir.


Isso está muito, muito longe do distributivismo barato das bolsas vale tudo, a serem fortalecidas pelo tal Cashback. Só o populismo vence nesse ambiente, com votos e controle social.


Tudo isso deveria ser imediatamente substituído pela renda mínima universal e incondicional do Suplicy, ou pelo imposto de renda negativo.


Milei demonstrou com suas breves palavras a fonte da tragédia latino-americana: muito amor e pouco trabalho. Muita caridade e pouca atividade.


Estamos no extremo do bom mocismo, mas criamos uma sociedade de coitadinhos.

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