Fique, Paulo Guedes
Saída honrosa para Paulo Guedes é ficar e resistir até que resolvam exonerá-lo.
Paulo Guedes e os que o acompanharam na cruzada liberal iniciada em 2019 estamos todos frustrados com os resultados. É injusto não termos podido fazer mais para o bem do Brasil.
No primeiro ano, quando o governo ainda estava livre das amarras políticas do velho regime, o povo saiu ás ruas pedindo, e conseguindo, a reforma previdenciária.
Mas a pandemia chegou, e com ela, vieram a voracidade da velha política e a falta de liderança do Presidente.
Enterraram o projeto liberal para o país.
Quem pode ser contra novos gastos com o Auxílio Brasil? Afinal o rompimento é de pequena monta e de baixo impacto fiscal. Cinquenta bilhões em quase dois trilhões de receitas é desprezível.
Mas aí mora o perigo.
É como comer o primeiro docinho durante um regime de emagrecimento. Só um, e mais um, e o peso volta ao que era antes. Na economia é a mesma coisa. O teto já foi furado antes por razões igualmente justificáveis; mas o exemplo é terrível e escancara a frouxidão fiscal.
O rompimento do teto é sintoma e não causa.
A causa da perda da âncora fiscal é que o papel do teto de gastos não foi compreendido; ou seja o de forçar o corte de gastos supérfluos para abrir espaço orçamentário para gastos necessários.
Até os minerais sabem que gastos públicos sobem todo ano, e que emergências surgem.
E aconteceu o inevitável. Furar o teto é preciso.
O governo não fez a lição de casa, não entrou no espírito da disciplina fiscal que exige cortes na carne.
Não abriu espaço orçamentário pois seu chefe maior engana a todos e a si mesmo.
É populista, adora e pratica um governo paternalista, assistencialista e intervencionista.
Existe algo mais antiliberal?
A culpa não é de Paulo Guedes que continua aceitando sacrifícios e humilhações por seus ideais.
Fique para evitar que mal maior aconteça em nosso país.
Fique, PG. Não saia do governo até que tenham coragem de exonerá-lo.
É sua mais honrosa saída.