Garantir a manutenção da estabilidade. Combate à sonegação, reforma administrativa, moratória externa, apoio às câmaras setoriais, descentralização, medidas são importantes elementos e outras.
Realismo de preços - inclusive do câmbio - etc.
Esses são os instrumentos que permitem um golpe de misericórdia na hiperinflação. Certamente irão gerar uma recessão, mas que pode ser breve e altamente saudável.
O fundamental, no início da próxima administração, é que seja capaz de estabilizar a economia. Em cem dias, essa tarefa terá de ter sido completada, sob risco de inviabilizar por completo todo o governo. A abrupta queda da inflação apenas será obtida com o uso de um elenco diferente de providências.
As indicações do que será a política de Collor nos primeiros cem dias de governo - se eleito, é claro - são apenas conjecturas, como se deduz das informações contidas nesta edição. Com base nelas, é possível tecer os seguintes comentários.
A maior parte das medidas são apenas instrumentos de suporte para a estabilização. Em outras palavras, são essenciais para garantir a manutenção da estabilidade, mas são absolutamente incapazes de combater a hiperinflação que ameaça explodir. A queda abrupta da inflação apenas será obtida com o uso de um elenco diferente de providências.
Absoluto controle monetário, redução dramática de gastos públicos - inclusive de pessoal -, proibição de o Banco Central financiar o Tesouro, suspensão da emissão de títulos públicos, congelamento temporário e repactuação do serviço da dívida interna, aumento de impostos, posição e autoridade pelo governo.
Quase nada disso consta explicitamente do plano dos primeiros 100 dias de nenhum dos dois candidatos. São providências que não agradam ao eleitor, não trazem votos e, portanto, não são reveladas. Porém, terão de ser aplicadas. Caso contrário, a hiperinflação não será contida, ameaçando a sociedade brasileira com um desastre econômico e social sem precedentes.