Fico impressionado com o desperdício de energia nas eternas discussões sobre o arcabouço fiscal e se as metas de inflação devem ou não ser alteradas.
No Brasil, tudo isto nada significa pois não temos planejamento e nem cultivamos o respeito aos marcos institucionais.
Metas são mudadas e desrespeitadas a bel prazer das necessidades momentâneas, evidentemente acobertadas por decisões legislativas minuciosamente elaboradas para preservar a aparência de adesão à institucionalidade.
O arcabouço fiscal, então, nem se fala. Do teto de gastos ao atual teto móvel, ele apenas responde aos convincentes estímulos das emendas parlamentares.
E Viva a Dilma: “nós não vamos colocar uma meta. Nós vamos deixar uma meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”.
Ou Paulo Guedes, que foi atingido por um “meteoro de gastos”.
Sempre há razões para fazer o que o executivo deseja fazer, e danem-se metas ou tetos.
Sempre se dá um jeitinho.