Não é novidade para ninguém essas reuniões promovidas pelas grandes empresas de lobby institucionalizado. Elas convidam empresários e as mais altas patentes da vida pública brasileira para se reunirem e discutirem problemas do Brasil, mas curiosamente, não o fazem no Brasil. Vão para o exterior, para Londres, Nova York, Paris, frequentam os restaurantes mais caros e provavelmente voam em classe executiva.
Enfim, é uma festança, e o pior de tudo é que esses encontros são entre brasileiros, falam português, discutem questões brasileiras e gastam fortunas em algo que é um misto de turismo e lobby. Essa é a realidade. E, curiosamente, o Supremo Tribunal Federal soltou uma nota, segundo a imprensa, afirmando que não há um tostão de dinheiro público envolvido nisso.
Seria melhor se houvesse dinheiro público, porque, na ausência dele, fica claro que isso é um presente, que essas são benesses oferecidas aos nossos ministros. Se fosse dinheiro público, haveria um processo, uma justificativa, uma análise do Tribunal de Contas para avaliar as despesas, mas não. Alegando que não há dinheiro público envolvido, tudo parece válido.
Tudo parece válido para receber presentes. O político tem que ter decoro, tem que ter recato. Eu acho um absurdo o que está acontecendo, e mais ainda, isso é uma confissão.
Uma confissão de que estão recebendo benesses, presentes, e sendo agraciados em uma festança, em uma bonança que dura dias no exterior, nos melhores hotéis e restaurantes. Não há dinheiro público diretamente envolvido, mas indiretamente, minha gente, acreditem, há muito dinheiro público envolvido.