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  • Marcos Cintra - Folha de S.Paulo

Para ser prefeito de São Paulo


Para governar São Paulo será necessário um enorme cabedal de qualidades e experiências. E, como eleição não se ganha na véspera, o tempo mostrará que será necessário muito mais do que o reconhecimento prematuro nas pesquisas eleitorais ou o apoio dos grandes partidos políticos. O eleitor irá exigir experiência, dinamismo e criatividade de seu candidato. Estão em jogo o futuro do maior pólo produtivo do país, o carro-chefe da economia nacional e a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Estas eleições municipais darão início a um processo de renovação político-administrativa. O eleitor irá buscar nomes que reúnam a obrigatória postura ética com a desejável competência administrativa: caráter e resultados. O cidadão não elegerá um candidato-boneco, manipulado pelas velhas raposas políticas ou que tenham laços de dependência com partidos ou grupos que já tiveram a oportunidade de mudar e não foram capazes de fazê-lo. Serei eu capaz de preencher os requisitos para ser um bom prefeito de São Paulo? Quero que o eleitor saiba quem eu sou, para então me honrar com seu voto. Sou economista formado e pós-graduado em Harvard, nos Estados Unidos. Fui diretor e hoje sou vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas, uma das mais renomadas escolas de economia, de administração de empresas e de gestão e políticas públicas da América Latina. Fui secretário municipal do Planejamento de Paulo Maluf, cargo que exerci pelos dez primeiros meses de sua administração. Não deu certo. Deixei o cargo e mudei de partido. Mas aprendi muito e percebi que São Paulo pode ser uma gigantesca máquina de progresso para melhorar a vida das pessoas. O cidadão não elegerá quem tenha laços de dependência com grupos que já puderam mudar e não foram capazes. Fui vereador por um mandato. Vi o lado positivo e também a podridão do poder. Conheci o sofrimento e as angústias de pobres e ricos de nossa cidade. Hoje sou deputado federal e posso observar e analisar as necessidades de nossa cidade com serenidade e com cauteloso distanciamento. ​ Como secretário do Planejamento, participei da privatização da CMTC, um poço de ineficiência e de corrupção nas administrações anteriores. Na linha de minha proposta do imposto único, propus ao prefeito a diminuição do ITBI, conseguindo reduzir impostos para arrecadar mais. Elaborei projetos audaciosos e inovadores, que infelizmente ainda não foram implantados, como o Pólo Econômico e a Universidade da Zona Leste, a Agência de Desenvolvimento de São Paulo e outros programas que permanecem guardados nas gavetas da burocracia. Percebi o potencial gerador de crescimento e de melhoria do bem-estar dos cidadãos que poderia ser obtido por meio do correto planejamento urbano, do Plano Diretor, das operações urbanas, dos projetos de renovação e de recuperação regionais e dos benefícios de um orçamento participativo. São Paulo precisa de direção, e o prefeito precisa saber conduzi-la. Se eleito, farei da Secretaria do Planejamento o órgão central de minha administração. Como vereador, aprovei projetos importantes, infelizmente ainda ignorados pelo Executivo. Na área de segurança pública, tornei obrigatória a presença de policiamento ostensivo da guarda municipal em todas as escolas da prefeitura e em suas redondezas, durante 24 horas por dia. Seria o mais abrangente esquema de policiamento preventivo em São Paulo, centrado na segurança das escolas e de nossos jovens e crianças. Na área financeira, criei os Cepacs, Certificados de Potencial Adicional de Construção, considerados por membros da Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior da Câmara dos Deputados como a idéia mais moderna e inovadora surgida ultimamente para potencializar o levantamento de recursos e o desenvolvimento de nossas cidades. Está aprovado, na mesa do prefeito há mais de seis anos. É só saber como usar esse instrumento, que permitirá a complementação financeira que nossa cidade tanto precisa. Em outras oportunidades poderei expor em detalhes o que penso sobre São Paulo, sobre as ações que empreenderei em busca de maior eficiência na máquina municipal e também sobre novas ações estruturantes que poderão fazer a cidade ser menos madrasta com seus habitantes. Poderei falar também sobre as ações recuperadoras dos serviços públicos, destruídos pela ineficiência e pela corrupção. Tenho planos, enfim, para fazer São Paulo se tornar uma das grandes cidades mundiais do globo. Mas, por enquanto, desejo mostrar quem sou e por que me julgo preparado para dirigir São Paulo. Quero, e sei como, ser um bom prefeito da cidade onde nasci.


Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque, doutor em Economia pela Universidade de Harvard (EUA).


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