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  • Marcos Cintra

Porque saí do PL

Depois de cinco anos como presidente estadual do PL em São Paulo, estou deixando o partido e me transferindo para o PFL. Entendo que, à frente do PL desde 1995, contribuí para o engrandecimento desta tradicional e respeitada legenda fundada pelo deputado Álvaro Valle. Nesse período, constituí sólidas amizades e desfrutei da experiência política de um dos mais respeitados liberais de nosso país, que é o deputado Valdemar Costa Neto, de quem só guardo lembranças positivas por seu idealismo e espírito de liderança.


Deixo o PL depois de uma campanha vitoriosa no estado de São Paulo, onde o partido elegeu cerca de 400 vereadores, 32 prefeitos e dezenas de vice-prefeitos. Além disso, deixo uma bancada de nove deputados estaduais e três deputados federais. No entanto, o PL ainda é um partido pequeno. Sua sobrevivência está seriamente ameaçada com a reforma partidária que certamente será debatida a partir do próximo ano no Congresso Nacional.


Além do prejuízo que o partido deve ter com essa reforma, a atual legislação eleitoral inviabiliza uma candidatura majoritária. Fui candidato a prefeito de São Paulo nas últimas eleições, estimulado pelo presidente nacional Valdemar Costa Neto, e senti as dificuldades que um candidato a cargo público pelo PL enfrenta: falta de verbas, reduzida visibilidade na imprensa e exiguo tempo de rádio e televisão.


Entendo que no PFL terei melhores condições para implementar o governo paralelo que irá acompanhar a gestão do PT na prefeitura paulistana. Uma vez que irei presidir o conceituado Instituto Tancredo Neves, que consiste em um fórum permanente de estudos de natureza econômica, social e público-administrativa. Além disso, creio que a extraordinária força do partido no cenário nacional será decisiva para que o projeto do Imposto Único, idealizado por mim em 1995, se torne realidade. Sou um rebelde em relação ao ineficiente modelo tributário brasileiro. Entendo que a adoção de uma nova estrutura tributária baseada em nosso sistema de imposto eletrônico é fundamental para termos um país mais justo e próspero. Para isso, minha atuação em um partido com a expressão do PFL será decisiva nos embates no Congresso Nacional.


Creio ter cumprido dignamente minha missão no PL. Mas meu desejo é avançar na política em prol de uma sociedade mais justa, e o PFL poderá viabilizar muitos dos meus projetos. E mais, espero que PL e PFL possam unir forças em defesa dos princípios do moderno liberalismo social quando das discussões de temas relevantes para o Brasil.


Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque, 55, é doutor em Economia pela Universidade de Harvard (EUA) e professor-titular e vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas. É deputado federal por São Paulo.


Publicado no Jornal Certidão: Fevereiro de 2001

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